Na véspera da Copa Brasil de Motocross, pilotos relembram
treinamentos e falam das dificuldades para realizar a manobra mais
difícil da modalidade
O momento que todos esperam. Os segundos que os torcedores prendem a
respiração e levantam da cadeira. A manobra que arranca aplausos até
daqueles que não estão acostumados com a adrenalina dos esportes
radicais. O backflip é, sem dúvidas, o ápice da apresentação de um
motociclista de estilo livre. Neste domingo, na Copa Brasil de Motocross
Freestyle, com transmissão ao vivo do
Esporte Espetacular, a promessa é de show e muitas variações do movimento mais difícil da modalidade.
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Joaninha treina o backflip para a Copa Brasil de Motocross (Foto: Divulgação / Biro Curado) |
O curioso modo que os velocistas treinam para realizar a manobra
evidencia tal dificuldade. Com uma piscina recheada de espuma e alguns
tombos, a preparação leva tempo, mas o resultado é satisfatório.
Joaninha foi o primeiro piloto do Brasil a conseguir o feito, justamente
em uma época em que o FMX não era tão desenvolvido como esporte da
maneira que é hoje. Calejado, ele se sente mais seguro e até arrisca
novidades na hora da execução.
- Efetuei o backflip há uns oito anos. A gente costuma treinar na
espuma como forma de proteção. Para mim, hoje, o giro em si, é
tranquilo. A espuma no chão serve mais para proteger dos tombos que a
gente leva enquanto tenta novas manobras dentro do backflip.
No início, os pilotos usam uma bicicleta ou uma moto pequena para
aprimorar os detalhes. A partir do momento em que se ganha confiança,
eles passam a arriscar nas motos utilizadas nos torneios. Segundo o
motociclista Jeff Campacci, o backflip é diferente de tudo que um atleta
já fez na modalidade.
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Equipe de Joaninha retira a moto da piscina de
espuma (Foto: Divulgação / Biro Curado) |
- O backflip é uma manobra que assusta muito porque ela difere de tudo
que você treinou ao longo da sua vida. Você passa o tempo todo
aprendendo a saltar reto, indo para frente. Com o backflip, você fica de
ponta cabeça, então, você precisa puxar a moto para trás, logo na
rampa, antes dela descolar do chão. Isso vai contra tudo que um piloto
já aprendeu - analisa Jeff, que, por conta de uma lesão, não vai
disputar a Copa Brasil de Motocross, mas será o comentarista do evento.
Um dos favoritos ao título no domingo, Fred Kyrillos também faz parte
do seleto grupo de motociclistas capazes de realizar a manobra. Após
recuperação do trauma de uma queda enquanto tentava um mortal para trás,
ele se viu obrigado a intensificar os treinos, devido à importância da
manobra na definição da pontuação de uma competição.
- É muito difícil você ganhar uma competição sem fazer o flip. É
possível, porém, muito difícil, principalmente com a evolução do esporte
aqui no Brasil e pelo nível que o FMX chegou. É uma manobra que divide o
nível dos pilotos, que levanta o público. É arriscada, mas, depois que
você pega o jeito, fica tranquila. Só que isso requer tempo - revela.
Por
GLOBOESPORTE.COM*
Rio de Janeiro
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